04 de fevereiro de 2023
A Controladoria-Geral da União (CGU) está avaliando a possibilidade de retirar os sigilos de 234 processos impostos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, após um pedido do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, afirmou que o órgão está revisando esses casos com base em fundamentos questionáveis, para garantir a transparência pública. anterior.
Entre os processos a serem revisados estão casos envolvendo a segurança nacional, o assassinato da vereadora Marielle Franco, gastos com motociatas, pagamentos de cachês de artistas, empréstimos consignados, registros de armas de fogo, listas de passageiros de voos da Força Aérea Brasileira e compras públicas. Não há garantia de que todos os processos terão o sigilo retirado, mas se for o caso, os dados serão fornecidos a quem fez o pedido. A revisão pode levar de 60 a 90 dias e é uma resposta aos retrocessos na política de transparência do governo
A CGU (Controladoria-Geral da União) registrou 511.994 pedidos de acesso à informação durante o governo de Jair Bolsonaro, dos quais 64.571 foram negados total ou parcialmente. Entre esses, apenas 2.510 foram objeto de recurso e destes, 1.335 receberam uma nova negativa. A revisão destes casos será feita porque o governo anterior teria utilizado categorias para ampliar os sigilos de forma a dificultar o acesso à informação, incluindo categorias como segurança nacional e proteção de dados pessoais. A transparência de gastos federais foi uma das bandeiras do presidente Lula e resultou na divulgação dos gastos com cartões corporativos dos ex-presidentes da República. Dados revelados mostraram que Bolsonaro gastou pelo menos R$ 27,6 milhões com os cartões corporativos, à valor histórico, que atualizados hoje seriam mais de R$ 33 milhões, com grande parte em hospedagens em hotéis de luxo.
Os gastos com hospedagens foram significativos, totalizando R$ 13,6 milhões. Alguns hotéis de luxo foram utilizados, o que contrasta com a imagem de “homem simples”, que gostava de comer pastéis, pizza e frango com farofa, em barracas de ambulantes em Brasília, sempre filmado e publicitado, de forma a convencer seus fervorosos adeptos. Essa imagem parece estar longe da realidade que o ex-presidente Jair Bolsonaro tentou transmitir durante seu mandato. Um exemplo é o hotel de luxo no Guarujá, que recebeu R$ 1,46 milhão da Presidência em um período de quatro anos.
Vídeo da TV Brasil e da CGU