Deu na mídia

Por Política em Debate I Brasília
Em 07/05/2025, 19h38 I Leitura: 5 min
Fonte: YouTube – Neutrality Studies: Entrevista com Jeffrey Sachs
O economista norte-americano Jeffrey Sachs, em entrevista ao canal Neutrality Studies, lançou luz sobre uma das questões mais estratégicas da atualidade: a transformação global rumo à energia limpa — e o papel decisivo da China nesse processo. Segundo Sachs, não há país no mundo mais preparado, mais capacitado e mais comprometido com essa transformação do que a China.

Nos últimos 20 anos, o gigante asiático avançou em quase todas as tecnologias de baixo carbono: painéis solares, turbinas eólicas, veículos elétricos, baterias, hidrogênio verde, transmissão de energia renovável, 5G e até reatores nucleares de quarta geração. E isso, segundo Sachs, não aconteceu por acaso: foi resultado de um plano deliberado, bem executado, com massivos investimentos em pesquisa, infraestrutura e inovação.
O ponto central da entrevista, no entanto, é o destaque que Sachs dá à Iniciativa do Cinturão e Rota da Seda — o megaprojeto chinês que visa conectar continentes por meio de infraestrutura sustentável, física e digital. Para ele, esse programa é a melhor resposta ao desafio climático e de desenvolvimento global: ao invés de restringir sua capacidade industrial, a China deveria expandi-la para o mundo inteiro.
“A China oferece algo único: uma plataforma de fabricação de tecnologias avançadas que o mundo inteiro precisa para enfrentar a crise climática.”
Sachs exemplifica com um caso emblemático: na Etiópia, comunidades agrícolas, antes isoladas, passaram a prosperar após a construção de uma ferrovia (financiada pela China) e de usinas de energia. Com isso, os produtores de abacate — antes relegados à subsistência — passaram a exportar para Dubai e erguer novas casas com o lucro. “Isso é o que o Cinturão e Rota da Seda viabiliza: desenvolvimento real, sustentável, humano.”
Para o economista, os Estados Unidos adotaram uma postura protecionista tardia e defensiva por não conseguirem competir com a eficiência e a inovação chinesa, especialmente no setor de veículos elétricos. A solução proposta por Sachs é clara: em vez de fechar os mercados, o mundo deveria abraçar a capacidade chinesa, com financiamento de longo prazo, parcerias produtivas e industrialização cooperativa.
Ao final da entrevista, Sachs faz um alerta dramático: a crise climática está acelerando perigosamente. O planeta aqueceu 0,3 °C apenas nos últimos quatro anos — um salto que costumava levar décadas. Com o colapso climático batendo à porta, ele conclui:
“Precisamos de ainda mais capacidade industrial, não menos. A sorte do mundo é que a China pode oferecê-la.”
Enquanto o Ocidente hesita e retrocede, a China propõe pontes — e não muros — para um futuro sustentável.
Assista à entrevista completa aqui: YouTube – Jeffrey Sachs sobre a Rota da Seda