(Temos um Papa. Robert Francis Prevost – americano)

Deu na mídia

Por Política em Debate I Brasília

Em 08/05/2025, 18h25 I Leitura 2 min

Fontes:
📺 CNN Brasil – Novo Papa é anunciado no Vaticano
📰 UOL – Jamil Chade: “Novo papa criticou governo Trump e apoiou Francisco em questões sociais”

O Vaticano anunciou ao mundo, nesta quarta-feira (8), a eleição do novo Papa: Robert Francis Prevost, que adotou o nome de Papa Leão XIV. A escolha recaiu sobre um nome fiel ao espírito de Francisco, com sólida trajetória pastoral e afinado com as questões sociais mais urgentes do nosso tempo.

A cobertura da CNN Brasil destacou a comoção na Praça de São Pedro e a expectativa global diante da continuidade do pontificado progressista. Ao contrário do que setores conservadores esperavam, o novo Papa não representa um recuo teológico ou político, mas sim a manutenção — e talvez o aprofundamento — do legado deixado por Francisco, com foco em justiça social, ecologia integral, acolhimento aos pobres e diálogo com as periferias do mundo. Entretanto há quem veja que a escolha do novo Papa recaiu em um nome moderado, isto é, nem progressista e nem conservador.

Segundo matéria assinada por Jamil Chade, Prevost tem um histórico de enfrentamento à posturas autoritárias e populistas. Como bispo nos Estados Unidos e posteriormente no Vaticano, foi crítico ao governo Donald Trump, sobretudo em temas como imigração, desigualdade e intolerância religiosa. Sua proximidade com o Papa Francisco não é apenas institucional, mas também ideológica: Prevost foi um defensor firme da “Economia de Francisco”, das causas indígenas e da presença da Igreja nos conflitos sociais e ambientais da América Latina.

A economia de Francisco floresce no Brasil

Nascido em Chicago, de origem simples e franciscana, Leão XIV é um homem de diálogo. Fluente em espanhol e profundamente envolvido com a realidade latino-americana é visto como alguém capaz de manter pontes com o Sul Global, e resistir às pressões neoconservadoras que tentam capturar a Igreja.

Três Papas e uma mesma alma social: Leão XIII, Francisco e Leão XIV

Ao adotar o nome Leão XIV, o novo papa Robert Prevost envia um recado simbólico ao mundo e à própria história da Igreja. A referência inevitável é a Leão XIII, papa entre 1878 e 1903, conhecido por inaugurar a Doutrina Social da Igreja com a encíclica Rerum Novarum (1891). Esse documento histórico defendia os direitos dos trabalhadores diante da exploração capitalista e criticava tanto o liberalismo selvagem quanto o socialismo ateu. Leão XIII foi o primeiro pontífice a compreender que a Igreja precisava se posicionar diante das mudanças sociais da Revolução Industrial — não apenas com caridade, mas com justiça e estrutura ética.

Mais de um século depois, Francisco, o primeiro papa jesuíta e latino-americano, retomou e atualizou esse compromisso social e ecológico, fazendo da opção pelos pobres, a crítica à cultura do descarte e a defesa do meio ambiente pilares de seu pontificado. Encíclicas como Laudato Si’ e Fratelli Tutti ecoam o espírito de Leão XIII, mas com os olhos voltados para o século XXI: um mundo globalizado, desigual, em crise climática e espiritual.

Agora, com Leão XIV, parece se firmar uma continuidade dessa tradição social e progressista. Prevost, crítico do autoritarismo de Trump, próximo das comunidades marginalizadas da América Latina e defensor da “Economia de Francisco”, sinaliza que a Igreja manterá sua voz profética contra a desigualdade, o extremismo e o cinismo político.

Oremos por Leão XIV. A humanidade, mais do que nunca, precisa ser, de fato, humana. Fraterna. Leão XIV, dando continuidade ao legado de Francisco, se torna assim o farol do cristianismo de agora em diante.

Papa Robert Prevost – Leão XIV – (08/05/2025 – Praça de São Pedro, Roma)

Pontos de convergência:

Se Leão XIII inaugurou uma era em que a Igreja não poderia mais se calar diante da miséria industrial, Francisco recolocou a Igreja no campo dos que sofrem com a miséria neoliberal. Agora, Leão XIV se coloca como herdeiro de ambos, num mundo à beira do colapso climático, social e ético.

A eleição de Leão XIV, portanto, não apenas mantém o rumo traçado por Francisco, mas reforça o compromisso da Igreja com os marginalizados. É uma resposta aos ventos reacionários que ainda sopram em muitos países e, ao mesmo tempo, um alento para milhões que enxergam no Vaticano um farol de ética, humanidade e resistência.

“É hora de cuidar dos pobres e proteger a Casa Comum”, disse o novo pontífice em sua primeira bênção — ecoando Francisco e reafirmando que o Evangelho não cabe no bolso dos poderosos.

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