Por Política em Debate, 24/04/2025, 12:20h (Brasília)

O povo brasileiro pode falar muita coisa, de forma pejorativa, sobre os ex-presidentes do Brasil, da centro direita, do PSDB. Mas Jair Bolsonaro realmente supera qualquer um desses, que muitos chamam de canalhas. Bolsonaro faz questão de ser chulo, agressivo, baixo, desrespeitoso, pra se falar o mínimo. Não há nada de bom nesse homem. Nada que se possa chamar de qualidade. É triste e vergonhoso ter tido Bolsonaro na presidência de nosso querido Brasil por 4 longos anos.

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Ontem (23/04) não foi diferente. O Brasil assistiu a mais um episódio que mistura política, espetáculo e constrangimento institucional. O ex-presidente, internado em uma UTI após cirurgia abdominal, foi citado judicialmente por uma oficial de Justiça — E isso se deu porque o ministro Alexandre de Moraes entendeu, acertadamente, que Bolsonaro não estava em estado de saúde grave e em plenas faculdades mentais, e que poderia ser citado, uma formalidade necessária para que ele apresente defesa, já que se tornou réu no âmbito dos processos relacionados à tentativa de golpe de estado.

A cena da citação foi patética, constrangedora para a Oficial de Justiça. Mas quanto à citação, cabe lembrar que no dia anterior(22/04), Bolsonaro fez uma live, e na segunda feira (21/04) deu uma entrevista ao SBT. Ora. Se Bolsonaro estava bem de saúde para usar a UTI como palanque político, por quê ele não poderia ser citado? O jornalista Reinaldo Azevedo, em vídeo, classificou o episódio como “grotesco” (Reinaldo – Endoidaram: Bolsonaro em surto contra oficial de justiça; Sóstenes ameaçando Motta), ecoando o sentimento de perplexidade dos brasileiros, diante de cena tão chinfrim e asquerosa. Reinaldo também, em vídeo anterior, disse que Bolsonaro transformou a UTI em um circo ruim (Reinaldo – Bolsonaro e hospital como picadeiro de circo ruim). Ele tem razão. Toda razão.

O vídeo do momento da citação circulou amplamente. Nele, Bolsonaro questiona a presença da oficial de Justiça na UTI: “A senhora tem ciência de que está dentro de uma UTI?”. O ex-presidente demonstrou irritação, mas assinou o documento, não sem antes transformar o ato em mais um palanque político, insinuando perseguição e tecendo críticas ao STF e ao governo atual.

A defesa de Bolsonaro reagiu, classificando a intimação como desnecessária e invasiva. O advogado Paulo Cunha Bueno lembrou que o Código de Processo Penal proíbe a citação de doentes em estado grave, justamente para resguardar a dignidade da pessoa humana, princípio fundamental da Constituição, o que não nos parece que seja o caso, e nem pareceu ao ministro Alexandre de Moraes, e nem ao povo brasileiro. Ninguém em estado grave faz live estando em uma UTI, ri e debocha da morte do papa Francisco, e dá entrevista à rede de TV. Estou errado? Óbvio que não. Querem enganar a quem? Nem todo o brasileiro é estúpido como essa gente possa pensar.

O episódio ganhou contornos ainda mais teatrais porque Bolsonaro, mesmo internado e com restrições alimentares, seguiu ativo nas redes sociais. Para muitos, inclusive para o jornalista Reinaldo Azevedo, a presença da Justiça na UTI foi apenas mais um ato de um roteiro cuidadosamente encenado pelo ex-presidente, que sabe explorar como poucos o simbolismo do “perseguido pelo sistema”.

O espetáculo protagonizado por Bolsonaro na UTI, ao ser citado judicialmente, escancara o momento de tensão e teatralização da política brasileira. O episódio revela como o ex-presidente segue transformando cada ato judicial em munição para sua narrativa política — mesmo quando o palco seja um leito de UTI em um hospital.

Assista aos comentários de Reinaldo Azevedo sobre o episódio.

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